Os especialistas em economia da corrupção sabem que o crime é proporcional ao poder decisório dos fiscais —
e ao dano que a avaliação deles pode causar. Se não há critérios objetivos e quantificáveis do que é seguir a lei, as empresas ficam entregues ao arbítrio dos burocratas. Há nisso até mesmo um risco para a democracia. Um governante pode mandar fiscais denunciar opositores e ameaçar confiscar as suas terras. A existência de regras claras, escritas em termos específicos e precisos, que evitem mal-entendidos e ambiguidades, protege a sociedade contra abusos do Estado.
NARLOCH, Leandro. Guia Politicamente Incorreto da Economia Brasileira, São Paulo: LeYa, 2015. Pg. 144